quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O Anjo Loiro da Gávea


Sávio Bortolini Pimentel nasceu em 74 e com apenas 18 anos, em 92, estreiou no time titular do Flamengo com pinta de craque, e com ares de novo Zico, tanto pelos gols quanto pelo corpo franzino. Aos poucos foi se tornando a principal estrela do time, ganhando o apelido de Anjo Loiro da Gávea. Até que no ano de 95, ano de centenário do clube, Kléber Milk e suas artimanhas políticas trouxeram nada mais nada menos que Romário, o melhor jogador do mundo na época, para ser o rei do universo na Gávea.

Romário chegou rachando o time, arrebanhando a torcida e cheio de marra. De Sávio, o baixinho roubou as atenções, a camisa 11 e a moral. Se Sávio e Romário no mesmo ataque já prometia uma guerra de egos, a diretoria do Flamengo ainda teve o trabalho de contratar Edmundo, the beast! "O melhor ataque do mundo" não ganhou nada! E até tapa na cara Sávio tomou dentro de campo, de Romário. Em 97, tendo perdido de vez seu espaço no Flamengo para o Rei do Rio, foi vendido por milhões para o Real Madrid, tendo anotado até então 95 gols com a camisa do urubu.


Na Espanha, o ponta esquerda fez uma bela carreira. 5 temporadas no Real, com direito a Campeonato Espanhol, 3 UEFAS e um Mundial. Depois de jogar mais 2 anos no Zaragoça, no ano de 2006, Sávio, agora com 32 anos, retornou à Gávea. Contratação no estilo "voltei para vencer", dessas que tanto vemos por aí e se revelam, na grande maioria das vezes, esdrúxulas, não é verdade?

Pois bem, naquele ano, entre o Departamento Médico e o campo, Sávio jogou nada mais que 10 partidas durante todo o ano, fazendo 0 gols. Eu disse 0 gols. A torcida mandou o Anjo Loiro pro inferno e Sávio conseguiu a façanha de ter sua imagem de craque esquecida. A torcida que durante anos se lembrava do ponta esquerda, hoje nem fala do camisa 11. Tudo por causa do (rubro)negro ano de 2006. A decepção foi grande.

Pelo menos Sávio se revelou bom para os negócios. Pra quem achava que sua carreira estava no fim, o atacante, depois de sair do Flamengo pela segunda vez, ainda jogou na Espanha, defendendo o Real Sociedad e o Levante. Após isso ainda descolou um salariozinho no futebol do Chipre, jogando pelo glorioso Anorthosis por dois anos. Em 2010, com 36 anos voltou ao Brasil para jogar no Avaí, onde fez 4 gols em 31 jogos, tendo sido dispensado antes do fim do campeonato brasileiro. Será que agora ele para? Ou será que algum time ainda tem pique e grana pra promover uma contrataçãozinha esdrúxula?

Jônatas Amaral

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